Casamento civil como requisito para batismo divide igrejas evangélicas no Brasil - Iaçu Noticias

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16/07/2025

Casamento civil como requisito para batismo divide igrejas evangélicas no Brasil

 

Foto: Reprodução

O debate sobre a exigência do casamento civil como condição para o batismo e a participação na ceia do Senhor segue gerando controvérsias entre igrejas evangélicas brasileiras. A divergência gira em torno da necessidade ou não de formalização jurídica da união conjugal para que fiéis sejam reconhecidos como membros plenos da comunidade cristã.

Na Igreja Batista Monte Castelo (Ibamoca), em Teixeira de Freitas (BA), o pastor Celso Godoy afirma que o casamento civil não é critério absoluto.

“Existem pessoas que estão firmes na igreja há muito tempo, participam das atividades, são dizimistas, frequentam a escola bíblica dominical e, mesmo assim, não poderiam participar da ceia nem serem batizadas. Assim sendo, a gente abre exceção”, explicou.

Godoy relatou o caso de uma mulher que frequentava a igreja havia mais de 20 anos, mas não era casada no civil com seu companheiro, que não é cristão. Mesmo assim, ela foi batizada em março e passou a participar da ceia. “Observamos caso por caso. Se for uma união sincera e fiel, batizamos, sim”, acrescentou.

Já o pastor Gilmey Meireles, do Projeto Viver Cariacica (ES), defende uma abordagem mais rígida, alinhada à doutrina da Convenção Batista Brasileira (CBB). “A família, criada por Deus para o bem do ser humano, é a primeira instituição da sociedade, cuja base é o casamento, sendo sua natureza heterossexual, monogâmica e indissolúvel”, citou.

Para Meireles, a união estável não substitui o casamento legal. “A união estável pode ser registrada sem alterar o estado civil de solteiro. Por isso, não é a mesma coisa. Nós orientamos os fiéis a buscarem o casamento civil e só depois disso procedemos ao batismo”, afirmou.

Ele também destacou que a igreja oferece orientação e apoio para quem não tem recursos financeiros. “Quando alguém chega à igreja sem condições de pagar pelo casamento civil, orientamos a procurar mutirões de casamento ou parceiros que possam custear os trâmites legais.”

O contraste entre as posturas revela a complexidade da aplicação de princípios bíblicos na prática pastoral. Enquanto algumas lideranças priorizam a institucionalização da família como expressão de obediência a Deus, outras reconhecem as limitações sociais de seus membros e optam por uma abordagem mais acolhedora.

Fonte: Voz da Bahia

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